domingo, 26 de setembro de 2010

what hurts the most

''Eu poderia escolher várias pessoas para amar, se meu coração não mandasse nnessa parte de mim. Eu poderia apontar o dedo e escolher um alvo fácil e perfeito de acordo com os meus padrões. Eu poderia levar minha vida -e bem- no mundo restrito de onde vivo, mas meus horizontes se espandiram e eu encontrei o que eu queria longe de mim. ''
(Isabela Durante)

Inspiração dos meus sonhos não quero acordar,
quero ficar só contigo não vou poder voar.
Pra que parar pra refletir se meu reflexo é você?
Aprendendo uma só vida, compartilhando prazer...
Por que parece que na hora não vou aguentar, se sempre tive força e nunca parei de lutar?
Como num filme, no final tudo vai dar certo,
Quem foi que disse que pra tá junto precisa tá perto?
Pensa em mim, que eu tô pensando em você, e me diz o que eu quero te dizer.
Vem pra cá, pra eu ver que juntos estamos e te falar mais uma vez que te amo...
O tempo que passamos juntos vai ficar pra sempre,
Intimidades, brincadeiras, só a gente entende.
Pra quem fala que namorar é perder tempo eu digo: há muito tempo eu não crescia o que eu cresci contigo.
Juntos no balanço da rede, sob o céu estrelado,
Sempre acontece, o tempo pára quando eu tô do seu lado.
A noite chega eu fecho os olhos e é você que eu vejo,
Como eu queria estar contigo eu paro e faço um desejo:
Pensa em mim, que eu tô pensando em você, e me diz o que eu quero te dizer.
Vem pra cá, pra ver que juntos estamos, e te falar mais uma vez que te amo...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Vícios.

Friends. Estralar o pescoço e todos os dedos de uma vez. Chiclets de caixinha cinza. Letras sombreadas. Bis branco. Coçar o nariz. Ficar batendo um pé no outro. Rabiscar todos os lugares possíveis. Msn. Álcool. Tatuagens e Piercings. Escrever no vidro embaçado e na sujeira do carro. Bichos de pelúcia. Vento e chuva. Abraços. Fazer barulhos com a garganta. Bebês. Fotos., Avril Lavigne, Eminem, Megan Fox, Evan Taubenfeld, Matt LeBlanc. Escrever. Moda. Salto Alto. Abbey Dawn. Miojo. Thi. Um amor pra recordar. Filmes de terror. Perfume. Gibis. Festa. Brincos de Argola.. vou colocando o resto aos poucos*

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A garota, de fato.

Ela era só mais uma menina com alguns anos nas costas. Não muitos, mas para ela eles significavam uma quantidade boa. Suficiente para acreditar que já tinha amado, e como todo bom amor, ainda sentia vestígios dele lá no fundo, mesmo que a parte avassaladora e estrondosa dele tivesse sido amenizada. Suficiente para ter aprendido que quebrar a cara na vida não era bom, mas que ela ainda quebraria inúmeras vezes, e o único jeito era aprender a lidar um pouco com isso. Suficiente para ter criados laços afectivos que a deixaram dependente de muitas coisas, e esse fato ás vezes era algo bom, ás vezes algo preocupante. Suficiente para aprender algumas lições de vidas, dar alguns conselhos, entender aquela história básica sobre o ''pra sempre'' -e acreditar nela-, sofrer uma decepção incrivelmente doída, ter uma alegria tão grande a ponto de embaçar os olhos e entender que todas as pessoas são pelo menos um pouco bipolar. E perceber que ela era muito. Era uma garota completamente normal, um pouco avantajada na altura, com suas queixas sobre o cabelo e o corpo -o qual ela realmente tinha uma briga constante-, que sorria e chorava. Emotiva, ciumenta, chorona, alegre, simpática, mau-educada, bem-educada, bipolar. Mas apesar de adorar estar rodeada de pessoas das quais ela gostava, apesar de adorar conversar sobre coisas fúteis, interessantes... apesar de gostar de sua hiperatividade temporária, uma das partes preferidas do dia da menina, era a noite. Onde nada mais existia além do seu notebook, sua cama, criatividade e alguns dvd's de sua série favorita. A garota se sentava na sua cama com a colcha rosa e felpuda -a qual tinha um apelido-, colocava o notebook em suas pernas cruzadas, ligava o DVD apenas porque se sentia mais segura assim, e simplesmente começava a teclar freneticamente letra por letra de suas idéias nem sempre tão boas. Talvez ela gostasse tanto, por ser um momento onde ela poderia falar tudo o que quisesse, sem nenhuma questionação. Onde ela poderia inventar e viajar pra mundos distantes sem ao menos sair do lugar. Onde ela poderia fazer tudo o que ela desejava. E como todas as pessoas, ela tinha um desejo impossível, aquele que todo mundo tem, e que é suficientemente grande para ser decepcionante -pelo fato de ser impossível-. Ela gostaria de poder escrever e aquilo que foi escrito então se tornaria realidade, assim como ela leu em um livro. Talvez fosse por isso que a menina escrevesse freneticamente, ás vezes até deixando as palavras se atropelarem e amassando algumas sílabas e letras nas entrelinhas, ou talvez ela escrevesse realmente por prazer, mesmo sabendo que o seu desejo nunca se tornaria realidade. Confesso que eu tenho quase certeza que era um pouco dos dois, até porque a menina tinha esperanças sobre o impossível, afinal ''o impossível é só questão de opinião'', e a opinião dessa garota era forte. Então nesse momento -na maioria das vezes a noite, como já dito- em que ela podia ficar sozinha, ela se alegrava por não ter que provar nada à ninguém, não ter que discutir por seu ponto de vista, não ter que sorrir forçadamente ou fazer minutos de silêncio por problemas dos outros, porque aquele era um momento só seu. Seus problemas, suas tristezas, suas alegrias, suas opiniões, realmente um momento SÓ dela. Algumas interrupções de vez em quando, mas nada que mudasse o humor da garota -apenas em alguns casos-. Mas então a inspiração da menina se esgotava, -deixo claro que só depois de muito tempo- e ela relia as linhas que acabara de inventar, desligava seu caderno virtual e se empoleirava em baixo de sua coberta apelidada. Pensava mais um pouco, tinha mais algumas ideias, viagens, sonhos e desejos, mas logo dormia. Sonhava. Sonhava com coisas que ás vezes nem ela mesma entendia, e então acordava rezando para lembrar qual teria sido seu sonho mirabolante da noite que acabara de ficar para trás. Levantava, ia cultivar sua vida social, coisa que começava fazendo com um pouquinho de mau humor, mas este logo passava. Então, depois de sorrir, gritar, falar, opinar, discutir e tudo que se relacionava a convivência com outras pessoas, ela voltava ao momento que era só dela, a parte que ficava na sua lista de preferidas. E era simplesmente assim que ela se tornava apenas mais uma garota com alguns anos nas costas, comum, mas ao mesmo tempo muito incomum, satisfeita por ser uma boa protagonista de sua história e conseguir crescer através de si mesma.


Gratificação 2


Devo agradecer á Priscila Castro, de Borboletras. Muito obrigada por achar que eu mereço :)
Agora vou indicar à 9 blogs que eu acho merecedores,

Eu acho que eu realmente só leio estes, os outros estão sem postar, aliás, alguns destes também :/


Agora acho que chegou a parte das 9 coisas sobre mim, então vamos lá:

- Sou uma pessoa completamente viciada em F.R.I.E.N.D.S, não passo um dia sem assistir.
- Não me dou bem com a área de exatas, não consigo entender de forma alguma.
- Me canso muito facilmente das pessoas, e não sou muito simpática em certas vezes.
- Sou muito complexada com meu corpo mas não consigo emagrecer.
- Tenho sono 24 horas por dia. Fato.
- Durmo abraçada com uma ursinha de pelúcia que chama Neném, e não durmo sem ela.
- Uso aparelho fixo e isso me irrita ás vezes, mas não acho muito feio.
- Sou carente, adoro abraços e carinhos, ciumenta e um tanto emotiva, mas não aparento isso.
- Sei falar inglês quase fluentemente e adoro isso.

É isso aí nenens, muito obrigada de novo à quem acompanha o 'Sentimentos em linhas', especialmente à Pri, escritora magnífica de 'Borboletras', como já foi citado.
<3

she, he and love


A melhor das viagens



Fechei meus olhos, e quando os abri de novo, me encontrei em um lugar em que nunca imaginei me encontrar. As paredes pareciam feitas da mais delicada porcelana, e davam a impressão de que cada detalhe de seus desenhos em cores suaves eram feitos a mão, por um pincel extremamente pequeno. Me indaguei quem teria sido o genial e paciente artista que teria feito tal momumento. O teto era bem alto, esculpido em formas de desenhos que me pareceram arcos floridos, e algumas outras formas bastante angelicais. O chão tinha o piso todo detalhado, e os desenhos eram um tanto parecidos com os das paredes. Quem tinha planejado tal lugar era realmente paciente, detalhista e perfeccionista. Vários tecidos eram envolvidos do teto até as grandes pilastras que sustentavam todo aquele lugar. Este aliás, era o mais bonito que eu já tinha visto em minha vida. Olhei em volta, vários casais, todos completamente sofisticados, em vestidos longos e rendados, cheios de brilhos, e ternos que obviamente haviam saído da loja nesse mesmo dia. Estavam todos em uma elegância divina. Todos os rostos estavam cobertos com máscaras, das mais simples até as mais extravagantes, mas nenhum rosto estava nu. Tudo isso, para as pessoas do tempo em que eu realmente vivia, pareceria completamente tedioso e desinteressante, mas aquilo me atraía de uma forma extraordinária. Depois de reparar detalhe por detalhe da arquitetura, da decoração e das pessoas, resolvi olhar para mim mesma. Eu parecia uma daquelas pessoas, ninguém notaria que ali eu era uma total estranha. Meu vestido era suficientemente sofisticado para que eu fosse confundida com uma dama da alta sociedade. Era preto com uma seda branca entre suas partes. Havia um brilho sutil, e normalmente nenhuma ocasião suportaria tamanha beleza. Minha máscara era branca, brilhosamente prata, mas não era completamente extravagante, exceto por uma pena consideravelmente grande em sua extremidade direita. A única diferença que me faria ser notada, é que eu me encontrava sozinha no meio do salão, sem nenhum cavalheiro que me conduzisse em uma valsa daquele tempo perfeito para meus desejos. Então eu senti um medo, e mesmo com meu vestido lindo e minha máscara grandiosamente bonita, tive uma sensação de inferioridade. De que me adiantava estar vivendo algo tão bom, estar me sentindo tão bem se não houvesse ninguém com quem compartilhar tais fatos? Mas cinco minutos depois de alguns olhares perdidos, rápidos e suplicantes pelo salão, um lindo homem, com um dos ternos recém-comprados, uma máscara preta que realçava seus olhos extremamente azuis, porte de príncipe praticamente, barba para fazer e bela, nada demais que estragasse seu rosto, o cabelo penteado... enfim, um homem com quem eu sonharia todas as noites de minha vida, me tirou para dançar. Não era só seu ar que fizera perceber que ele era da época em que eu me encontrava, e não da que eu realmente vivia. Seus toques, o modo como me conduzia e se portava em relação á mim, suas palavras bonitas -e poucas-, seus olhares... tudo me fazia perceber que ele pertencia alí, aquela época na qual eu tanto desejaria pertencer, e não ao século XXI, onde pequenos garotos sequer parariam para escutar uma mulher, e torceriam as feições para uma dança lenta. A noite toda se seguiu assim. Foram danças e mais danças, sorrisos, olhares trocados, mais e mais pessoas extremamente elegantes, até que aconteceu o beijo. O beijo em que eu percebi que entregaria minha vida nas mãos daquele homem que eu sequer sabia o nome, sequer conhecia por completo. Aquele beijo unia sutileza, carinho, desejo, uma espécie de amor desconhecido. Mas então, depois de alguns segundos, eu me deparei beijando o ar, e o homem de meus sonhos desapareceu. Pouco a pouco, todas as roupas de galas e os rostos cobertos foram desaparecendo, até o momento em que eu estava sozinha no meio do salão milimetricamente desenhado. Mas este também desapareceu em questão de segundos, e eu me encontrei em um simples campo, com uma grama verde e uma vista plena para o horizonte, cheio de montanhas, logo abaixo do céu azul cheio de nuvens. Então eu, ainda com meu vestido perfeito e minha máscara -tais quais eram minhas únicas lembranças do baile perfeito que eu havia a pouco frequentado- sentei na grama, amassando um pouco desta, e permiti que meu corpo se deitasse, fazendo meus olhos fitarem as nuvens e imaginar formas para elas. Logo em seguida fechei os olhos e levei meus dedos aos meus lábios, os tocando levemente, e sentindo o beijo que eu havia ganhado daquele homem que em pouco tempo virou ilusão, e isso me permitiu sorrir. Então abri os olhos, e eu me encontrava em meu quarto. Tudo que vi foram meus aparelhos eletrônicos e meu amigo elefante de pelúcia, coisas que me faziam ter certeza que eu já estava no meu próprio tempo, o tal século XXI. Não queria isso, eu não pertencia a tal época. Eu queria mais bailes como aquele, queria um homem com aquele porte e a companhia dele num campo como aquele, após sairmos exaustos de tanto dançar de um daqueles salões magnificamente lindos. Talvez uma renda de meu vestido se rasgasse, o terno dele ganhasse uma pequena mancha, nossas máscaras caíssem, mas ainda assim, era o que eu queria, era como deveria ser. Mas de volta a realidade, levantei, coloquei minha roupa e segui minha rotina de andar entre passos apertados de pessoas me empurrando no meio de uma multidão, totalmente apressada e compromissada, me fazendo ter mais certeza do que eu já sabia: alí eu não pertencia.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Então, a pureza dos sonhos


Palavras curtas e doces. Nada mais era murmurrado pela boca daquela pequena garota. Talvez, se vista no meio de uma multidão, nem fosse notada por ser tão comum: Cabelos dourados de tão loiros, estatura média, um pouco magra de mais, olhos claros, pele clara. Mas essa garota tinha uma grande diferença das pessoas que fazem parte da multidão, seja esta qual fosse. Ela acreditava, ela sonhava. Não havia 8 anos de idade, mas seus sonhos continuavam intactos, talvez alguns com algumas modificações nos príncipes, nos monstros ou nos seus castelos, mas a mesma pureza de quando era uma criança. Só que mesmo com todo esse privilégio de continuar imaginando, ela tinha medo de que alguém mexesse em seus sonhos, ele tinha suas inseguranças, tinha suas responsabilidades, mas o que importava mesmo, é que a noite ela se esquecia de tudo e só compartilhava sua existência com seu pequeno e velho ursinho de pelúcia, seu travesseiro rosa e sua imaginação que era acionada especialmente pelos seus olhos fechados. Dentre tantas as coisas que a menina loira sonhava, ela gostava particularmente de um lugar amplo, cheio de cores, com o vento batendo em seu rosto levemente e bagunçando seu cabelo. Deste lugar em que sua risada se propagava como o som de pequenos sinos suaves, as borboletas voavam como se brincassem de pega-pega, o céu fosse tão azul quanto seus olhos e nenhuma fumaça fosse existente. E então ela encontrava seu príncipe encantado, que não vinha com nenhum cavalo branco, nenhuma armadura e não tinha uma cara de galã. Era apenas um menino normal, em roupas normais, andando apé com seus tênis surrados... e então ela mesma se perguntava ás vezes porque seu príncipe era tão simples e comum. Mas logo ela dava risada de si mesma por ter feito tal pergunta. Era óbvio que era por causa do abraço caloroso, amoroso e extremamente gostoso no qual ele a envolvia. Pela maneira com que ele encosta seus lábios nos dela, fazendo-a flutuar mentalmente por todo aquele lugar perfeito e preferido. Pela maneira que ele a tocava, a fazia sorrir e sorria junto com ela. E então os dois caminhavam por tal lugar com os dedos entrelaçados - e talvez fosse por isso que a menina não gostasse de olhar suas mãos quando estava acordada, por sentir a ausência dos dedos dele nos espaços vazios entre os dela, o encaixe perfeito-. O sonho preferido girava em torno disso. Não que ela não gostasse de ser uma princesa em seus vestidos luxuosos, com seus castelos medievais, as florestas, de ser a dona do mundo. Mas aquele lugar era o paraíso dela, e ela descobrira isso com toda a certeza. Mas então a noite acabava e a menina se levantava, começando um novo dia, procurando um alguém para encaixar seus dedos verdadeiramente, e esperando incansavelmente pela noite. Até que um dia, no meio dessa espera, algo bateu bruscamente em seu corpo, derrubando os cadernos que a menina carregava. Como em um daqueles filmes americanos que ele sempre via na TV, ela e tão ''algo'' se inclinaram para pegar os cadernos, e suas mãos se encostaram, fazendo a menina loira perceber que aquele era seu encaixe perfeito.

- Oi.

- Quem é você?

- Você não me conhece.

- Mas estava te procurando.



''Pra você guardei o amor que sempre quis mostrar, o amor que vive em mim vem visita, sorrir, vem colorir solar, vem esquentar e permitir. Guardei sem ter porque, nem por razão, ou coisa outra qualquer. Além de não saber como fazer pra ter um jeito meu de me mostrar. Achei vendo em você, e explicação nenhuma isso requer. Se o coração bater forte e arder, no fogo o gelo vai queimar''

You ever love somebody so much


E então, eu vi sua sombra se apagar do chão cheio de gotas -vindas de meus longos choros- e o barulho estrondoso da porta se propagar até meus ouvidos. Estes, instantaneamente enviaram uma mensagem devastadora à meu coração: ele se foi, era talvez o momento em que o fim havia começado. E a partir daí, meus olhos presentearam o chão com mais algumas porções de lágrimas, que na minha opinião, não vinham dos olhos, mas sim de uma parte mais sentimental e interior de mim. Mas não havia mais nada que eu pudesse fazer naquele momento, a porta já havia se fechado, e meu amor já havia andando alguns quarteirões para longe de mim... Só o que me restava era me torturar por algumas semanas com fotos, mensagens, cartas e lembranças, e depois disso, tentar superar. Depois de algum tempo, todo aquele amor que havia dentro de mim se desfez, abrindo lugar para o ódio -ou pelo menos, eu chamaria assim-. Será que enquanto eu o vangloriava, abria mão de meus princípios, minhas vontades e minha vida, ele tinha sua vida baseada em mentiras, mulheres, realizações, sem sacrifícios? Tudo o que se passou, tudo aquilo que eu havia sofrido havia sido por um motivo que merecia no mínimo o meu rancor? Agora as fotos se passavam rasgadas por mim, as mensagens apagadas e as cartas queimadas.. mas as lembranças, por mais que amenizadas em minha mente, continuavam sempre vivas. Recaídas me faziam cair em alguns momentos, mas lembrar de como ele havia mentido me fazia levantar a cabeça. E então um dia a sombra dele se fez diante de mim novamente, e o barulho da porta rangendo e se abrindo tomou meus ouvidos, que imediatamente enviaram outra mensagem ao meu coração. O chão foi novamente presenteado. Eu olhei, era ele. Ele havia voltado, e seu corpo que há alguns meses me mataria de desejo e amor, me causou nojo. Encarei suas feições, e então os defeitos -que antes eram completamente imperceptíveis para mim- brotaram em seu rosto. Em um ato impulsivo, querendo exalar toda a dor que aquele homem havia causado em mim, corri em direção á ele e levantei minha mão, fechando meu pulso e cerrando meus dentes.. mas talvez meus olhos marejados não me deixaram fazer nada de mal à ele, quando viram que o par de olhos verdes dele também haviam presenteado o chão. Será que ele realmente sofria? Será que ele se arrependera de tudo? Talvez julgá-lo tão mal assim fora um erro que eu cometi, já que ele nunca teria ido embora se eu não tivesse errado também. As fotos se fizeram inteira em minha mente, e as lembranças ainda vivas pareceram se colocar em destaque. Eu ainda amava, amava e muito. Mas a raiva que ele me fizera sentir foi um pouco maior, o suficiente para camuflar esse amor. E então ele me envolveu em seus braços, e me beijou com a mesma boca que havia proferido palavrões à mim a pouco tempo. Me deixei levar pelo calor do seu corpo, mas depois me lembrei que aquele corpo havia esquentado outras mulheres quando o certo era esquentar só a mim. Me soltei, olhei seu rosto -que agora estava começando a ficar perfeito novamente- e o vi ganhar alguns defeitos pela segunda vez. Ele me pediu desculpas, disse algumas palavras bonitas e o amor camuflou tudo de ruim que eu sentia, e eu voltei pra ele. Talvez fosse ser sempre assim, eu iria voltar sempre, ele iria voltar sempre. E não iria mudar, independente de quantas fotos fossem rasgadas e restauradas, e de quantas lágrimas fossem desperdiçadas.




''Now I know we said things, did things that we didn't mean,
And we fall back into the same patterns, same routine. But your temper's just as bad as mine is, you're the same as me. But when it comes to love, you're just as blinded. Baby please come back, it wasn't you baby it was me. Maybe our relationship isn't as crazy as it seems, maybe that's what happens when a tornado meets a volcano. All I know is I love you too much to walk away now''